No início do mês passado, eu tive a chance de ir a trabalho para Lisboa. E, sorte minha, consegui emendar o fim de semana para passear na cidade. Não foi minha primeira vez por lá – na verdade, foi a terceira – mas foi a primeira vez que fui à capital portuguesa no verão. E eu, que já era apaixonada por Lisboa, fiquei ainda mais encantada. Quer saber por quê? Vem que eu te conto!
Minha paixão por Portugal é antiga – meu pai nasceu lá, minha família materna também tem ascendência portuguesa. Cresci ouvindo minha bisa materna e avó paterna contarem as maravilhas daquele país. Logo na primeira oportunidade que tive, fiz questão de conhecer! Mas desta vez foi diferente – foi a chance de conhecer a vibração do verão; se antes meu caso com Lisboa era uma paquera, agora já é amor assumido.
Desta vez, eu precisava alinhar alguns processos de trabalho, mas tive a sorte de passar um sábado inteiro e meio domingo por lá. Foi uma experiência superinteressante, até porque eu estava sozinha, uma ótima oportunidade de me conectar um pouquinho comigo mesma e me livrar de alguns medinhos bobos que eu tinha. Apesar de curta, foi uma viagem incrível!
Mesmo nos dias em que estava trabalhando, tive a chance de passear bastante à noite pela cidade – bem, à noite é modo de falar, porque eu saia umas 18h do escritório e só escurecia mesmo às 22h! A cidade estava fervendo, cheia de jovens e turistas! Então eu me sentia bem segura de sair e andar, andar, andar até cansar.
Cheguei à cidade na terça-feira pela manhã e tive a companhia da minha chefe e da nossa assessora de imprensa até a quarta, quando elas foram embora. Então, na 5a e na 6a foi minha oportunidade de flanar sem rumo.
5a feira: caminhada pelo Bairro Alto
No meu primeiro dia sozinha, saí do hotel, pertinho da Praça Marques de Pombal, e fui andando tudinho até o Bairro Alto, subindo e descendo ladeiras, parando em quiosquinhos fofos para tomar um refresco e observar o movimento, observando as lojas de antiguidades, o vai-e-vem de moradores e turistas. Mais importante: tive a chance de apreciar minha própria companhia, coisa tão rara nos últimos tempos.

Saí sem planos: fui andando, andando, andando tentando chegar no Bairro Alto me guiando pelas lembranças das outras visitas. Até que, perdida, fui parar na Praça das Flores; que gracinha de lugar, com brinquedinhos para as crianças e amigos conversando nos bancos. Sentei num deles pra descansar um pouco e tomar uma água, quando dei de cara com uma hamburgueria que me chamou a atenção: Munchie.

Pequenininha, ela tinha Wi-Fi e lá descobri que era uma das mais famosas de Portugal! Enfiei o pé na jaca com o hambúrguer que a atendente me indicou. O nome era bem sugestivo – Gula – e eu não consegui terminar o prato. (clique em todas as fotos para vê-las maiores!)

Andei mais e mais, desta vez com destino certo. Queria parar na Praça Príncipe Real, que tinha passado na véspera com uma amiga do trabalho e me pareceu bem interessante. Com a ajuda do Google Maps, cheguei e sentei num quiosque para pedir uma bebida. Que delícia ler no sol, observar os cachorrinhos brincando e a animação dos locais. Me senti tão bem comigo mesma, como há muito não tinha a oportunidade.
Andei mais, conversei com outros turistas solitários, fiquei um tempão no Miradouro de São Pedro de Alcântara observando a vista… Sabe aquelas coisas tão bobas, aparentemente tão comuns, mas que chegam a emocionar? Na correria do dia-a-dia – academia de 6h30 às 7h30, banho e café da manhã corrido, ônibus às 9h10, trabalho de 10h às 20h, trânsito e estresse na volta pra casa, fazer jantar e cuidar do lar à noite – a gente tem tão pouco tempo de se curtir de verdade, de pensar e refletir sobre a vida sem interrupções…

Daí, mais caminhada sem rumo até parar, mais à frente, com uma gelateria bem charmosa que tinha acabado de abrir. A dona, ou gerente, tinha um sotaque italiano forte e me contou que a matéria-prima dos sorvetes vinha toda da Itália. Tomei um pequeno de pistache para matar o calor e a vontade: olha, acho que está no meu top 5 de melhores sorvetes da vida!

Daí foi mesmo andar, entrar em lojas e curtir a cidade. Fui descendo do Bairro Alto pela Rua do Alecrim até sair no Armazém do Chiado – uma espécie de pequeno shopping que reúne Fnac, H&M, Sephora e praça de alimentação, já conhecido das minhas outras viagens. De lá, uma caminhada pela Baixa Pombalina, uma das regiões mais turísticas da capital, até a Praça do Comércio, na beira do Tejo, para curtir os últimos raios de sol. No total, andei cerca de 3.5km em quatro horas, sem pressa.
O dia seguinte: Tascas do Cais

Na sexta-feira, li no jornal que haveria um evento no Cais do Sodré, à beira do rio: Tascas no Cais, que reuniria uns ‘food trucks’. Resolvi ir e lá tive a chance de conversar com um casal de moçambicano e cabo-verdiana, além de conhecer uma família portuguesa bem simpática. Desta vez a fome era maior e não quis ir andando. Peguei um taxi até lá e conversei e comi até escurecer. Cansada, voltei pro hotel para dormir e aproveitar meu fim de semana livre.
Isso foram só as noites livres que tive. Minha intenção era contar mais do meu fim de semana turístico, mas já falei tanto que fica pra uma próxima!
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